O Dia Em Que Decidi Abandonar a Faculdade Para Criar Um Negócio

Nem sempre eu fui empresário.

Aliás, minha carreira profissional começou bem longe disso.

Apesar de sempre ter tido um gosto por criar negócios e empreender, por causa do incentivo da família preocupada com o meu futuro e minha segurança, saí do ensino médio para iniciar a minha vida profissional como estagiário, depois empregado, financiar um apartamento, um carro e me casar.

Aos 23 anos eu estava “completo”!

Afinal, com esta pouca idade, eu já tinha um bom emprego que sustentava a mim e a minha família e podia me dedicar ao ensino superior.

Com o desejo de abrir meu próprio negócio, iniciei no Curso de Administração de Empresas à noite em uma faculdade perto da minha casa, enquanto trabalhava como empregado durante o dia.

Naquela época eu trabalhava uns 60 Km de distância da minha casa tendo que pegar um ônibus, um trem e uma barca para chegar no meu emprego às 8 da manhã.

Para ir para faculdade à noite, fazia o percurso inverso de modo que, duas a três horas depois, chegasse aflito e um pouco atrasado para a primeira aula.

Foram quase 3 anos nessa situação.

Chegando em casa perto da meia-noite para acordar às 5 da manhã e ainda ter que passar boa parte do meu tempo livre do final de semana estudando e fazendo trabalhos para ganhar uma nota boa dos meus professores.

No emprego eu sempre estava empreendendo, pois sempre estava criando algum programinha no computador para ajudar algum setor da empresa.

Me lembro de nesse momento estar tocando sozinho o desenvolvimento de um software voltado para a web de gerenciamento de projetos online.

Simples e prático, o sistema ficou tão legal que meu chefe ao invés de pegá-lo para si (já que eu tinha desenvolvido o software durante o horário de expediente) fez questão de me pagar um bônus salarial por ele.

Meu coração estava totalmente dividido.

Eu me via passando por esse sacrifício de ter que fazer uma faculdade para ter um diploma na parede ao mesmo tempo que queria pular fora daquela situação para ficar em liberdade tocando meu próprio negócio.

A angústia se fez ainda mais presente quando em uma aula de gestão de pessoas, tive a felicidade de receber o seguinte conselho da minha professora:

Sim, eu estava do lado da maioria.

Com medo de que as coisas dessem errado, eu não ousava investir nas minhas qualidades e nas minhas ideias.

O medo era maior que a vontade de vencer.

Ao sair da faculdade naquele dia, resolvi ir caminhando para casa ao invés de pegar um ônibus.

Dava uns 30 minutos caminhando e eu decidi fazer isso para pensar um pouco.

A rua escura e o silêncio dos muros que me acompanhavam no trajeto de volta para casa foram testemunhas do conflito que eu vivia.

Comecei a ponderar sobre meus gastos com transporte, alimentação e faculdade, e visualizar o que poderia ganhar se colocasse meus projetos em prática tanto no lado financeiro como também no emocional.

Pensei comigo: mesmo que eu erre e tenha que dar um passo atrás, pelo menos estarei crescendo.

No dia seguinte, cheguei na faculdade procurando a professora que havia me dado aquele conselho e a disse que estava saindo do curso de administração para me dedicar a vida como empreendedor.

Com um tapinha nos ombros ela me disse: “Realmente meu filho, você vai aprender bem mais na vida como empresário do que aqui dentro.”

E assim eu parti.

Larguei a faculdade e junto com o meu chefe naquela época começamos um negócio com aquele software de gestão de projetos.

O empreendimento não deu em nada a princípio, mas serviu naquele momento para me mostrar que o tédio é o verdadeiro antônimo da felicidade, não a tristeza como a maioria pensa.

Um projeto atrás do outro e algumas falências depois, assim como alguns sucessos, hoje conduzo esta empresa de educação, uma indústria de fabricação de portas e uma empresa de comunicação, além de alguns outros projetos que testo aqui e ali sempre praticando aquilo que ensino.

A Boa Notícia…

A boa notícia para você é a seguinte: eu não apenas descobri as melhores práticas para criar um negócio…

Eu descobri uma metodologia, passo-a-passo, para criar negócios e abrir empresas sem comprometer as minhas finanças ou o tempo que eu passo com a minha família.

E vou compartilhar isso com você nessa série de artigos.

Lembre-se, apesar do meu sucesso atualmente, eu não sou diferente de você…

Sou apenas um cara que descobriu a melhor e mais correta metodologia que realmente funciona na hora de criar qualquer tipo de negócio do zero.

Esta é uma metodologia que permite que pessoas como nós sejam capazes de gerar, testar, validar e escalar ideias de negócio sem correr praticamente risco nenhum.

Este é a mesma metodologia que me deu uma base sólida para largar um bem remunerado emprego e me dedicar exclusivamente a trabalhar como empresário à frente de negócios que me dão prazer…

E é a metodologia que compartilharei com você para que você possa finalmente alcançar os resultados que deseja também.

Vamos então às 6 mentiras que a universidade adora nos contar sobre o mundo dos negócios como prometi.

1. Planejamento é a parte mais importante do negócio

Universidades e escolas de negócio em geral adoram dar ênfase ao planejamento.

Aliás, planejar, planejar e planejar para eles, é a força motriz de qualquer negócio.

Talvez a maioria dos professores pense dessa forma porque nunca esteve realmente à frente de um negócio.

Criar um negócio não é algo que aconteça de forma linear.

Ao invés disso, criar um negócio é totalmente imprevisível, seguindo um caminho demarcado por tentativas, erros e validações de hipóteses.

É claro que pode-se tirar bastante proveito de um planejamento.

Inclusive é algo que encorajo nos empreendedores de primeira viagem.

No entanto, perceba que enquanto na faculdade nós temos tempo de sobra para planejar, no mundo real o mesmo não acontece.

Quando você começa a criar um negócio, seja ele qual for, você faz um planejamento macro, com uma direção bem definida ao mesmo tempo em que age e avalia as suas ações afim de averiguar se o caminho traçado precisará ser modificado.

Cá entre nós, a parte mais importante de qualquer negócio é vendas.

Guarde isso.

2. Dados valem mais que intuição e criatividade

Na faculdades de negócios, dados são os reis do pedaço.

No entanto, muitos recém-formados aprendem que não se pode confiar totalmente em uma planilha para construir o caminho do sucesso para um produto ou serviço.

Na planilha tudo é fácil.

Você estabelece que: se 0,5% de 100.000 pessoas comprarem o seu produto que custa R$ 50 em uma planilha e comemora antecipadamente (e erroneamente) o sucesso da sua futura empresa que entra no mercado com o brilhante faturamento de R$ 25.000 por mês.

Monta o aumento progressivo de 10% por mês nas vendas e tem uma planilha muito bonita nas mãos e nenhum negócio na rua.

Muitas pessoas inteligentes que abrem negócios e criam empresas acabam caindo no erro de ficar muito dentro de suas cabeças construindo cenários e planilhas e esquecem de ir para o mundo.

Criar um negócio está mais relacionado a ouvir e aprender com seus clientes do que propriamente saber lidar com planilhas eletrônicas.

Ouvindo e aprendendo, você ativa a sua intuição e criatividade e percebe bem antes da sua planilha, as mudanças necessárias que devem ser feitas na sua empresa para satisfazer quem mais interessa: seus clientes.

3. Primeiro arranje um emprego, depois abra uma empresa

Ao contrário do que nossos professores de faculdade recomendam, nós não precisamos arranjar um emprego em uma empresa grande e famosa para ter um bom currículo na hora de abrir nosso próprio negócio.

Na realidade, currículo é o que menos importa na vida de um empreendedor.

A não ser um currículo repleto das coisas empreendedoras que você fez.

Uma carreira de experiências empreendedoras vale mais do que um bom currículo com uma vasta experiência profissional em empresas da moda e reconhecidas pelo mercado.

Como estudante, é muito melhor que você teste e falhe no mundo de negócios para acumular experiências do que se dedicar a passar em uma vaga de trainee em uma charmosa empresa.

Sua experiência de vida falará mais alto que qualquer diploma ou assinatura na sua carteira de trabalho.

4. Faça dinheiro antes de procurar fazer o que gosta

Porque não unir o útil ao agradável e fazer o que gosta para ganhar dinheiro?

Não é muito melhor assim?

Muitas pessoas se permitem ir atrás de bons empregos durante anos das suas vidas ao invés de aproveitar esse momento mais produtivo da vida (quando saímos da faculdade) para empreender.

Desta forma, se aprisionam em vidas (e fatalmente dívidas) que deixam as coisas ainda mais difíceis para empreender.

Você pode começar a fazer o que você gosta agora, seja qual for a idade que você tenha, e aprender a construir um modelo de negócio eficiente que viabilize que os seus sonhos se tornem realidade.

Lembra da metodologia que lhe falei no início do artigo? Então…

Mesmo para quem está enforcado em um trabalho, é possível paralelamente montar um negócio alinhado com aquilo que gosta ao invés de ter que chutar o balde de uma vez só.

5. Você precisa de um investidor anjo

As universidades e os movimentos de startups colocam muita ênfase em tomar um investimento externo para criar um negócio.

Na minha opinião, se você não é capaz de comprovar que o seu negócio vende, funciona e dá lucro, mesmo que com um número pequeno de clientes, não vale à pena investir na sua ideia de negócio.

Investidores querem financiar ideias de negócio comprovadas que têm um caminho claro para geração de receita e grande potencial de mercado, não idéias não testadas, apenas descritas no papel.

Portanto, antes de cogitar participar de eventos para pedir dinheiro emprestado do mercado, foque suas energias em validar totalmente o seu negócio a fim de provar que ele já está dando certo e que só falta um pouco mais de dinheiro para dar um retorno financeiro mais rápido.

6. Trabalho duro é a chave principal do sucesso

Na verdade, este é apenas um dos muitos ingredientes do sucesso.

Pressão, auto-crítica e até mesmo depressão estão entre as armadilhas emocionais experienciadas pelos novos empreendedores.

Infelizmente, com investidores e funcionários neste mix, para não mencionar os familiares que tem preferência por você conseguir “um trabalho real”, pode agravar o problema.

Enquanto as escolas de negócios cultuam os benefícios da obstinação e da dedicação, especialistas em bem-estar enfatizam a importância da manutenção do relaxamento e do alívio do estresse para empresários.

Trabalhe de forma inteligente e busque o equilíbrio para tomar as melhores decisões.

Sinceramente, o meu número de horas trabalhadas atualmente é bem menor do que no início da minha carreira como empreendedor, enquanto os meus resultados financeiros são bem maiores.

De certa forma, parece que existe um culto ao sacrifício na nossa sociedade que faz com que encaremos como saudável e natural, passar noites em claro e abdicar do final de semana para empreender.

Equilíbrio é tudo, mas infelizmente as universidades estão nos ensinando que o sacrifício é o caminho.

A começar pela quantidade de trabalhos escolares que incentivam a perda de foco ao invés de um trabalho guiado por projetos (como é no mundo real).

Vamos continuar isso…

Já me alonguei muito neste artigo, então vou parar por aqui.

No próximo artigo, respondo a maior dúvida que recebo sobre Criação de Negócios e também explicar vários mitos erroneamente atribuídos a este tema.

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Agora eu tenho uma pergunta para você…

Você já se sentiu enganado por alguma recomendação de negócios que recebeu?

Como você se sentiu ao descobrir que a escola e a universidade são péssimas formadoras de empreendedores e que não estão formando você ou os nossos filhos para uma vida mais livre?

Fonte: Insistimento